FAO defende cultivo de planta selvagem para fabricação de combustível
ROMA - O desenvolvimento do cultivo da jatrofa (foto), uma planta selvagem originária da América Latina, poderá permitir a produção de combustível nas regiões semi-áridas dos países em desenvolvimento, considerou na última quinta-feira a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A jatrofa poderá se tornar uma cultura de alta rentabilidade, produtiva em solos degradados e salinos de regiões sujeitas a poucas precipitações, segundo o relatório divulgado pela FAO, com sede em Roma, junto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
As sementes da jatrofa podem ser transformadas para produzir biodiesel, que é menos poluente do que o diesel fóssil, e poderão abastecer famílias rurais pobres com eletricidade e combustível para cozinha.
Além disso, os subprodutos (da cultura da jatropha) podem servir, entre outras coisas, para fabricar adubos ou ração para gado, e seu óleo pode ter várias utilidades, como a fabricação de sabão e de pesticidas, além do uso medicinal, indica o relatório.
Para completar, as raízes do arbusto penetram profundamente no solo para encontrar água e suas raízes superficiais contribuem para fortalecer o terreno, impedindo a erosão. No entanto, o estudo da FAO e do Fida ressalta que a jatrofa ainda é essencialmente uma planta que deve ser desenvolvida.
O aproveitamento de suas sementes, sua quantidade de óleo e a qualidade são extremamente variáveis: assim, o relatório pede apoio à pesquisa para que sejam obtidas melhores variedades e para o aumento da qualidade das sementes. Em 2008, as plantações de jatropha chegavam a 900.000 hectares no mundo (760.000 na Ásia, 120.000 na África e 20.000 na América Latina), mas podem atingir 12,8 milhões de hectares até 2015.
Da Agência France Presse.
Nota do blog: a jatrofa, no Nordeste brasileiro, é chamada de pinhão-manso. Leia aqui sobre o programa da Embrapa-Algodão focado na planta.
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